quinta-feira, 25 de agosto de 2011

7(.)


Acho que hoje eu sei, o que é desapegar...
é não esperar nada no outro dia?
Não, não é...
é na verdade esperar tudo. Agarrar-se a cada segundo que se vive, sorridente,
simplesmente 'sentindo tudo' naquele exato momento,
porque é aquele momento que importa.
Você pode morrer no dia que ainda virá.
Em menos de uma semana tanta coisa pode acontecer e nem eu, nem você, seremos os mesmos.
Ah, eu demorei a entender que isso não me faria sentir menos,gostar menos, amar menos.
Mesmo quando eu decidi desacorrentar-me,
mesmo quando eu decidi ser livre, deixar livre,
apenas sentir,
eu ainda não sabia me dizer o que era desapegar.
O que vai além do libertar-se, o que vai além do libertar...
Eu estava nesse mesmo lugar quando te enxerguei escrevendo ali do outro lado e decidi usar-te,
ferramenta minha de desvínculo (num vínculo embalsamado),
e então eu simplesmente desejei jogar todo o meu rancor, e todas as minhas justificativas
para ser estupidamente egoísta.
No final de tudo, colou e descolou.
Colou que eu simplesmente me vi de novo 'enlaçada' num sentir,
um sentir que não desaparece,
fica,
perdura,
amadurece,
vive cada dia como o último.
Descolou quando eu me vi, assim,
 tão confortável em apenas crer
que cada dia é um,
e que eu espero qualquer coisa de você, sem magóa,
(ainda que eu tenha certeza de que eu vá chorar,afinal ninguém perde a arrogância do dia para a noite)
Um abraço, um adeus, uma despedida,
que seja, qualquer coisa, você também deve esperar o mesmo de mim.
Descolou o frágil suporte prepotente do egoísmo,
descolou porque hoje,
cada dia que se passa basta
cada dia é como se fosse um adeus, o último,
cada dia é como se eu me despedisse de você,
cada dia é como o dia anterior aquele em que decidimos nos ferir,
a diferença é que eu estou preparada,
pra ferir e pra ser ferida,
pra sentir, e pra dar as costas,
dando a cara pra bater,
a cada dia que eu acredito em você.
E o meu desapegar, me faz querer impulsivamente muito mais,
mais de hoje, mais de amanhã, mais de mim, mais de tudo,
ainda que eu não possa agarrar tudo com duas mãos,
me faz querer sentir tudo isso
e ter certeza de que,
não importa o que vai vir no outro dia,
eu SINTO de fato muito além do que podia imaginar,
e fui sentida muito além do que podia acreditar.
E entre ventos, encruzilhadas, e personagens fabulosos de um baralho ilustrado,
eu tenho sentido veemente em mim,
que não há distancia que me faça longe do que sinto,
nem do que sentes,
nem se houver quilômetros a nos afastar,
não há tempo ruim, enquanto sentir aí,
enquanto sentir aqui.
É  ausência que dói, é ausência que mata.
E desde que você prometeu me encher de presença,
onde quer que estejamos,
eu tenho esperado tranquilamente cada ligação, cada pequena mensagem de bobagens diárias,
e cada meia noite pra lhe desejar "Boa Noite" e mais um outro dia que chega.


[Pra não dizer que não respondo suas mensagens, e que é chatice pensar isso. Chata sou eu, certo?]

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